

Grupo de Motricidade Orofacial e Disfagia de Belo Horizonte
Disfagia
Engasgos e tosses durante a alimentação, sensação de alimento “parado na garganta”, dificuldade ou lentidão na ingestão alimentar, podem ser alguns dos sinais indicadores de disfagia. Trata-se de “qualquer alteração no processo de engolir que comprometa ou impeça a ingestão oral segura e eficiente, trazendo prejuízos para os aspectos nutricionais, de hidratação, no estado pulmonar, prazer alimentar e social do indivíduo”. Pode ocorrer em diferentes idades, desde os recém-nascidos até os idosos, em virtude de diferentes condições de saúde física e até psíquica. O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para identificar, orientar e reabilitar os distúrbios de deglutição.
DISFAGIA NEONATAL E PEDIÁTRICA
Desde a fase neonatal as alterações na deglutição podem estar presentes, sejam decorrentes da imaturidade dos prematuros ou na presença de alterações craniofaciais (como nos casos de fissuras labiopalatinas) e neurológicas (presentes em diferentes síndromes, doenças neuromusculares e na encefalopatia hipóxica-isquêmica/“paralisia cerebral”). O fonoaudiólogo atua no incentivo ao aleitamento materno, na identificação das alterações presentes e na intervenção o mais precoce possível, no intuito de promover uma nutrição segura, bem como o desenvolvimento das funções orais.
PRESBIFAGIA
As mudanças fisiológicas nas estruturas orais (tanto de aspectos sensitivos quanto motores) decorrentes do processo natural do envelhecimento podem também interferir na dinâmica da deglutição, trazendo dificuldades no processo da alimentação para alguns idosos. Utilizamos o termo presbifagia para definir a alteração da deglutição associada ao processo de envelhecimento fisiológico/ natural. Nesses casos, o fonoaudiólogo visa a identificar as alterações que comprometem o processo normal de deglutição e a promover a readaptação das estruturas, auxiliando na adequada nutrição e contribuindo para a qualidade de vida dos idosos.
DISFAGIA NO ADULTO
No adulto, são comuns os casos de disfagia em pacientes com tumores em região de cabeça e pescoço, edema/inchaço em região de oro e hipofaringe (sequela após intubação orotraqueal), presença prolongada de traqueostomias e sonda nasoentérica para alimentação, como também por presença do refluxo gastroesofágico. Também pode estar presente em pacientes que sofreram acidente vascular encefálico (AVE),na doença de Parkinson, nos diferentes tipos de demências, na esclerose lateral amiotrófica (ELA), na miastenia gravis e nas diferentes infecções e traumas ao sistema nervoso central. A reabilitação fonoaudiológica pode permitir a adaptação das estruturas remanescentes ao processo da deglutição e/ou a reorganização neuronal, contribuindo para o reestabelecimento da função da deglutição de forma plena e segura.
DISFAGIA PSICOGÊNICA
Há situações em que o relato de sensação de “nó ou bolo na garganta”, com “dificuldade de engolir” ou “falta de desejo de se alimentar”, podem ser decorrentes de questões emocionais e de cunho psicológico. Nestes casos, não há propriamente uma dificuldade na deglutição, mas sim uma dificuldade para “engolir” certos pensamentos e/ou fatos. É o que pode acontecer na Depressão. Nessas situações, o fonoaudiólogo pode auxiliar no direcionamento de casos, excluindo reais dificuldades de deglutição e encaminhando para terapêuticas médicas adequadas.